terça-feira, 6 de abril de 2010

Infecção pelo Citomegalovirus (CMV)


O Citomegalovirus (CMV) pertence à família dos herpesvírus; é muito comum; infecta aproximadamente a metade da população de adultos jovens nos EUA. Raramente causa problemas sérios, exceto em pessoas que tenham seu sistema imunitário comprometido e nas gestantes, dado seu poder de interferir na formação de órgãos e tecidos fetais. É encontrado na saliva, urina e outros fluidos corpóreos como o sêmen, secreções vaginais, podendo, portanto, ser transmitido nas relações sexuais. Também pode ser transmitido facilmente por outras formas de contato físico como, por exemplo, o beijo. Como os outros herpesvirus, o CMV, após a infecção, permanece no organismo, normalmente em estado inativo, podendo ser reativado em determinadas situações.



Manifestações Clínicas
Em adultos saudáveis, o CMV não produz normalmente nenhum sintoma ou sinal. Algumas pessoas podem apresentar sintomas semelhantes a um quadro de mononucleose infecciosa como, por exemplo, enfartamento ganglionar, febre, mal-estar, dores articulares e cansaço, além de aumento de volume do fígado e/ou do baço e erupções cutâneas; estes sintomas e sinais tem evolução autolimitada.



Diagnóstico
O teste ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) pode ser usado para detectar anticorpos no sangue. Vários outros testes sangüíneos podem sugerir uma infecção por CMV, mas nenhum faz o diagnóstico de certeza.



Complicações


Quando ocorre a transmissão vertical do CMV, ou seja, a transmissão da gestante para o feto, principalmente durante o primeiro trimestre de gravidez, há uma grande possibilidade da criança nascer e se desenvolver com retardamento mental, cegueira, surdez, paralisia cerebral, epilepsia. Quando o CMV é adquirido, ou se reativa, nos indivíduos imunocomprometidos, pode provocar doenças graves. Nos portadores do HIV são mais comuns o comprometimento do sistema nervoso central, do trato digestivo (colite, esofagite), hepatite, pneumonia e retinite, que pode levar à cegueira.



Tratamento
Atualmente estão sendo testadas novas drogas antivirais que poderiam ser eficazes contra a infecção pelo CMV. Foram aprovadas, e estão sendo utilizadas para tratamento de retinite em portadores do HIV, o foscarnet e o ganciclovir da seguinte maneira:



• Ganciclovir 5mg/kg/dose, EV (infusão por mais de 1 hora), 2 vezes ao dia, por 14 a 21 dias; manutenção: 6mg/kg/dose, EV, 1x/dia, 5vezes por semana, indefinidamente; 5mg/kg/dose, EV (infusão por mais de 1 hora), 2 vezes ao dia, por 14 a 21 dias; manutenção: 6mg/kg/dose, EV, 1x/dia, 5vezes por semana, indefinidamente;



Nos casos de intolerância ao Ganciclovir:



• Foscarnet 60 mg/kg, EV, 3 vezes ao dia (infusão por mais de 2 horas), por 14 a 21 dias. Manutenção: 90 mg/kg, EV, 1 vez ao dia, indefinidamente. 60 mg/kg, EV, 3 vezes ao dia (infusão por mais de 2 horas), por 14 a 21 dias. Manutenção: 90 mg/kg, EV, 1 vez ao dia, indefinidamente.



Prevenção
Com o objetivo de reduzir o risco da transmissão para o feto, particularmente durante o primeiro trimestre de gravidez, as mulheres grávidas devem usar preservativos em todas as suas relações sexuais. A exposição durante a gravidez é considerada a principal causa de infecção pelo CMV em recém-nascidos. Crianças infectadas antes ou logo após o nascimento eliminam CMV pela saliva e urina, o que pode ser um fator importante na disseminação do vírus e na infecção de outras crianças, especialmente quando institucionalizadas.

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